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Como evitar a comparação destrutiva: siga seu próprio caminho

Como lidar com pessoas que querem minar os seus resultados

.A comparação é uma prática comum em nossas vidas, muitas vezes tão arraigada que mal percebemos seu impacto. Desde a infância até a idade adulta, somos constantemente expostos a padrões de comparação, seja nas redes sociais, no trabalho ou em nosso círculo social. No entanto, o que pode parecer uma simples observação de conquistas alheias pode desencadear uma série de efeitos negativos em nossa saúde emocional e mental. Neste texto, vamos explorar os malefícios da comparação e oferecer estratégias para cultivar a autoaceitação e o autoconhecimento.

Os efeitos na vida diária

Imagina a seguinte situação, e com certeza você conhece alguém que passa por ela, inclusive pode ser até você.

Você acorda, espreguiça da cama, vê que está um dia bonito e decide começar o dia com uma caminhada. Escova os dentes já imaginando onde vai caminhar. Pensa que ao retornar, vai ler um livro que ganhou de aniversário e que está há muito tempo esperando na prateleira. Prepara um café para dar uma acordada e usa o celular enquanto o toma.

Nesse momento, você entra em uma rede social, como o Instagram, por exemplo, e lá começa a ver posts que mostram pessoas felizes e bem-sucedidas, exibindo suas viagens, seus corpos e a pilha de livros que já leram nos primeiros dias do ano.

Tudo isso te dá um soco no estômago, uma sensação de que você não fez nada e nem vale a pena fazer. Você ainda está começando a maratona e tem gente que já está na linha de chegada. Nem faz sentido começar.

Você nem termina o seu café, volta para a cama e decide ficar por lá para dormir um pouco mais.

Depois de acordar quase duas horas mais tarde, você vai para o trabalho sem foco, faz as coisas sem energia, sem ânimo, termina o dia com a mesma rotina de todos os dias, liga a televisão no automático e gasta suas últimas horas do dia consumindo um conteúdo que só vai te distrair por alguns momentos.

E lá se foi mais um dia da sua vida que poderia ter sido diferente, mas que, por conta das comparações, fez com que você entrasse no loop de desânimo e procrastinação habitual.

A origem e persistência

O hábito de se comparar com os outros é comum desde a infância, quando as crianças comparam seus desenhos, seus desempenhos nos esportes, nas notas da prova, até mesmo dentro de casa, quando se comparam aos seus irmãos.

E isso ainda é muito valorizado pela sociedade, que incentiva, principalmente no trabalho, a competitividade, gerando como consequência diversos cenários de ansiedade e baixa autoestima.

Essa atitude de comparação muitas vezes está ligada à busca por validação, aceitação ou autoafirmação, mas pode levar a sentimentos de insegurança, baixa autoestima e insatisfação.

As redes sociais, como no exemplo que eu dei, também têm um poder muito grande sobre os pensamentos e, consequentemente, sobre os comportamentos de uma grande fatia das pessoas que estão ali passando algum tempo do dia navegando na vida das pessoas.

O ponto mais importante é você reconhecer que a sua vida é única, suas experiências, crenças, valores, momento de vida são individuais, ou seja, se comparar com outros tende a trazer distorções que não fazem sentido.

É como se eu estivesse me comparando, agora que consegui correr 5km, com um maratonista que corre 42km e que já tem mais de 5 anos de experiência. É claro que nossos resultados são diferentes.

Malefícios

Além disso, a comparação com outros é a raiz de sentimentos negativos, como inveja e fofoca. E esse tipo de comportamento não apenas afasta as pessoas como contamina.

Imagina você trocando de carro, e alguém virando pra você e falando, nossa, esse carro deve ter sido caro. Pena que é um dos mais visados pelos ladrões e com certeza o seguro vai ser uma nota.

Essa pessoa claramente está trazendo uma visão de inveja pelo que você conquistou, porque ela não consegue ter os mesmos resultados na vida dela.

E muitas vezes essa pessoa vai falar com outras, nossa, você viu fulano de tal, trocou de carro, deve estar fazendo alguma falcatrua porque esse carro é muito caro. E começa a contaminar outras pessoas com fofocas, muitas vezes infundadas, que minam a visão das pessoas ao seu redor.

Essa comparação constante, além da inveja e da fofoca, tem diversos outros malefícios para a sua saúde física e emocional, como, por exemplo:

Baixa autoestima

Comparar-se constantemente com os outros pode levar à baixa autoestima, pois as pessoas tendem a se concentrar nas qualidades percebidas como inadequadas ou insuficientes em comparação com os outros.

Você sempre vai ver o que o outro fez melhor que você e raramente o que você tem de positivo. Não importa se você consegue estudar e fazer resumos ótimos, se o outro já terminou de ler os capítulos na sua frente. Não importa se você já emagreceu 1 kg, se o outro já perdeu 4 kg no mesmo período.

Essa é uma das principais armadilhas de se comparar ao outro e não perceber a sua evolução.

Insegurança

A comparação pode alimentar sentimentos de insegurança, especialmente quando as pessoas se sentem inadequadas em relação aos padrões percebidos ou às conquistas dos outros.

Isso inclusive pode gerar a sensação de isolamento e de falta de pertencimento. Imagine que todos os seus amigos conseguiram um emprego no seu primeiro ano de formado e você não. Você vai acabar se afastando ou se sentindo inferior em relação a eles, mesmo que você tenha optado por continuar estudando e se especializar.

Ansiedade

Assim como a insegurança, a constante comparação pode gerar ansiedade, pois as pessoas se preocupam com o que os outros pensam delas e se sentem pressionadas a alcançar determinados padrões que muitas vezes nem são o que elas realmente estão buscando para suas vidas.

Depressão

Outro efeito psicológico é a depressão, porque as pessoas podem se sentir impotentes diante da percepção de que nunca serão capazes de atender às expectativas estabelecidas pelos outros ou por elas mesmas. E muitas vezes é simplesmente porque elas não estão avaliando seus avanços, somente o quanto estão ainda distantes do objetivo final. Como se eu achasse que não estou conseguindo resultado porque só consegui correr 3km, mas meu objetivo é 5 e esquecesse que no início do ano eu não corria nem 10 minutos.

Inibição da criatividade

A preocupação constante com comparações pode inibir a expressão criativa, uma vez que as pessoas podem evitar correr riscos ou seguir caminhos não convencionais com medo de não serem tão bem-sucedidas quanto os outros. Isso algumas vezes já aconteceu comigo, principalmente nessa frente de empreendedorismo e marketing digital, que é novo para mim e que vejo algumas pessoas muito evoluídas.

Mas eu sempre retomo o objetivo de aprender e desenvolver de forma contínua. Assim, tenho certeza de que, em algum momento, vou ter o conhecimento necessário para ter os resultados que eu quero.

Isolamento social

Como falei na parte de insegurança, outro fator que pode ocorrer por conta da comparação constante é o isolamento social, pois as pessoas podem se sentir desconfortáveis ao interagir com os outros, temendo serem julgadas ou comparadas de forma negativa, principalmente quando existe uma comunidade com resultados diferentes do seu.

Mas ao mesmo tempo, se houver uma comunidade que tem segurança psicológica, sem julgamento e que busca evolução contínua, essa comunidade pode contribuir muito com a sua evolução, desde que você esteja aberto a receber ajuda.

Insatisfação constante

A comparação também pode levar a uma sensação de insatisfação crônica, já que as pessoas podem nunca se sentir verdadeiramente satisfeitas com suas próprias realizações ou circunstâncias.

Então, assim como se comparar tem diversos malefícios, evitar a comparação vai melhorar a sua autoaceitação, sua autoestima e consequentemente sua autoimagem.

Vai permitir que você mantenha o foco nas suas metas pessoais, ao invés de buscar metas ou objetivos que não façam sentido dentro do que você está buscando para sua vida.

Afinal, não adianta você querer os resultados de um empreendedor se você não pretende empreender. Da mesma forma, não adianta você querer os resultados de um maratonista se você não pretende correr uma maratona.

Consequentemente, isso vai diminuir sua angústia, seu estresse, sua ansiedade, seu sentimento de inferioridade ou isolamento social, vai fazer com que você tenha mais empatia e até mesmo tenha um crescimento autêntico, alinhado com os seus valores.

E lembre-se que é normal ter pensamentos comparativos de vez em quando, mas a chave está em reconhecê-los e não deixar que dominem sua mentalidade e principalmente que te parem.

Bruno, beleza, entendi que o objetivo é não me comparar, não focar nos objetivos dos outros e sim nos meus, manter minha disciplina, mas como eu faço isso se toda a vez que eu abro o Instagram ou que converso com alguém do trabalho isso me tira toda a energia?

Como evitar a comparação nociva

O primeiro passo está relacionado à clareza, ao autoconhecimento. Pensa, você realmente quer o resultado que essa pessoa tem? É o que você busca para sua vida? Você está disposto a fazer o que essa pessoa fez para atingir esse objetivo?

Muitas vezes a gente só vê o resultado final e não conhece a jornada da pessoa. O Fogaça, do MasterChef, hoje tem seus restaurantes, mas para chegar lá ele teve que abandonar uma carreira no banco, trabalhar em food truck e até vender bolinhos de porta em porta.

Hábitos extraordinários levam a resultados extraordinários, mas não é de um dia para o outro, exige consistência. Você está disposto a isso?

Estratégias

Outro ponto, evite ou desvie das redes sociais, diminua o seu uso, pare de seguir pessoas que não têm nada a agregar a você. Deixe de ser um analista da vida alheia e passe a usar as redes a seu favor, para seguir pessoas que contribuam com o seu crescimento ou que pelo menos façam parte do seu convívio social.

Aceite os seus resultados, independentemente se eles são o que você gostaria neste momento, trabalhe na evolução. Nem sempre as coisas vão ser exatamente como você gostaria e tudo bem, faz parte da vida, e quem aprende a lidar com as incertezas sofre menos, tem menos ansiedade, aprende mais e cresce mais.

Se afaste de pessoas negativas e invejosas, essas pessoas não vão contribuir com o seu crescimento, mas vão te jogar para baixo, mesmo que você consiga ter uma blindagem emocional. Quanto mais pressão externa você tiver, mais isso vai desgastar o seu autocontrole, que é importantíssimo para os seus objetivos e para sua autodisciplina.

Ao invés de se comparar com os outros, se inspire naqueles que chegaram onde você quer chegar. A modelagem é uma forma saudável de usar a comparação, desde que você entenda os seus tempos e movimentos.

Defina de forma clara os seus resultados de sucesso, inclusive os parciais, afinal, sucesso não é só o destino, mas toda a jornada. Quem espera para ser feliz e se considerar bem-sucedido só quando alcança o objetivo não aproveita todo o processo. E muitas vezes acaba  se frustrando e até mesmo desistindo.

Compare os seus resultados ao longo do tempo, assim você vai estar vendo a sua evolução em direção ao que você está buscando e isso sim gera um impulso de ação grande.

E por fim, seja gentil consigo mesmo, reconheça que todos enfrentam desafios e períodos difíceis e tudo bem, a vida não é uma linha reta.

Conclusão

Trate-se com a mesma compaixão que você ofereceria a um amigo que estivesse passando por dificuldades.

E se lembre, liberar-se do hábito de se comparar é um processo contínuo, e é normal ter recaídas. Seja paciente consigo mesmo e continue praticando essas estratégias para construir uma mentalidade mais positiva e centrada em si mesmo.

Agora que você já sabe, pratique, não é para ficar ouvindo e deixar anotado. Faça de cada aprendizado que eu trago aqui uma regra, assim com certeza você vai ter resultados excepcionais. Ou continue fazendo o mesmo que você vem fazendo e mantenha os mesmos resultados de sempre.

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