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Como lidar com pessoas que querem minar os seus resultados

Como lidar com pessoas que querem minar os seus resultados

Essa semana, terminei de ler um livro chamado ‘Especialista em Pessoas‘, do Tiago Brunet. Ele traz uma visão muito interessante sobre as pessoas que passam em nossas vidas, como elas podem contribuir positivamente e negativamente, e como nós permitimos que elas nos influenciem, ou melhor, como nós nos deixamos influenciar por elas. Afinal, essa decisão é nossa.

No artigo de hoje, vou abordar três atitudes e comportamentos de pessoas que nos cercam e que podem nos influenciar, às vezes sem que percebamos.

O resultado é fruto do esforço e escolha

É importante entender que nós somos o resultado daquilo que fazemos repetidamente. Consistência, autodisciplina e foco são os alicerces de todos os nossos hábitos, sejam bons ou ruins. Quando esses resultados são bons, isso chama a atenção de muitas pessoas, que se aproximam para tentar entender a “mágica” simples que você fez para alcançá-los. O fato é que não é fácil, mas é simples e replicável. No entanto, exige que você tome decisões que outras pessoas não tomam.

O Mito do Sacrifício e a importância das escolhas

Grave isso: seu resultado é fruto do seu esforço e escolha. E o que as pessoas não entendem em relação aos seus resultados, elas atribuem a uma palavra pesada para que faça mais sentido para elas: “sacrifício”. “Olha o sacrifício que fulano teve para passar no vestibular” ou “Olha o quanto ela se sacrificou para emagrecer”.

Sacrifício: oferenda ritual a uma divindade, que se caracteriza pela morte real ou simbólica de uma vítima da coisa ofertada.

Note como essa palavra traz consigo um peso negativo. Quem quer “morrer” para ter um resultado? Eu não quero. Você quer?

A diferença é que no sacrifício não existe a escolha da morte; ela é imposta. Quando tomamos a decisão de mudar, de seguir nossos objetivos, a escolha é totalmente nossa. Portanto, a primeira coisa que você deve colocar na sua cabeça é que o resultado é fruto de esforço e escolha, e não tem relação nenhuma com sacrifício.

Dito isso, você vai reparar que muitas pessoas, e você pode ser uma delas, querem o resultado, mas não querem o esforço e nem a jornada que levam a esse resultado.Querem ser ricas, mas não querem sair da zona de conforto e empreender ou se esforçar no trabalho que realizam. Querem apenas a “mega da virada”.  Muitos querem o corpo de um ator, mas não querem comer e malhar direito; preferem usar uma “caneta mágica” de emagrecimento. Até passar no concurso, mas só estudam na última semana antes da prova.

E quando você tem um resultado que chama a atenção delas, logo vêm perguntar o que aconteceu e como você conseguiu, qual foi a “sorte” que você teve ou que atalho você pegou.

E aqui chegamos à primeira atitude das pessoas que podem nos influenciar e nos desanimar.

Minimização dos resultados do outro

Certa vez, a Taís, minha filha mais nova, terminou um desenho e veio mostrar para nós toda entusiasmada. Ela ainda era novinha, então estava naquele estilo de desenho mais simples, parecido com palitinhos. Olhamos o desenho e já deu para perceber que ela teria os dons artísticos da minha esposa. Elogiamos principalmente a parte dos olhos, pois desde sempre ela tem um cuidado para desenhar os olhos que chama a atenção.

Gabriel, meu filho mais velho, que estava ao lado, desenhando também, olhou para o desenho dela e falou: “Esse desenho está horrível, parece um monte de palitinhos”. Lembrei a ele que todos nós passamos pelas mesmas fases de evolução dos desenhos, inclusive ele, e que o fato de o desenho dela ter sido elogiado não torna o dele ruim. Reconhecer e elogiar não minimiza ninguém; motiva o outro.

Já descobriu qual é a atitude? Minimizar o resultado do outro.

Veja, estamos falando de irmãos, mas isso acontece o tempo todo desde a infância, quando os pais, para proteger os filhos que não ficaram em primeiro lugar ou não tiveram os resultados esperados, falam:

“Filha, mas o seu foi muito melhor, foi sorte dela.”

“O seu era muito mais colorido, nem sei porque ela ganhou.”

“Você lutou muito melhor, foi o juiz que não viu a luta direito.”

Tudo isso constrói uma mentalidade que faz com que o adulto tenha esse comportamento de minimizar os resultados do outro. Quer um exemplo? Você já viu uma pessoa olhar para alguém que foi promovido na empresa e dizer: “Foi sorte”, “esse é amigo de piscina”, “não sei o que fez para merecer”, “eu sou muito melhor, isso é injusto”.

E tudo isso pode começar na infância. Entende a importância do exemplo que nós damos e como tratamos nossos filhos?

Proteção sem Compreensão

A segunda atitude tem relação com a primeira, mas, na maioria dos casos, ela tem boas intenções.

Imagina o seguinte diálogo: “Nossa, você acorda às 4 da manhã, estuda, treina, trabalha, estuda de novo, assiste séries, ouve podcasts. Daqui a pouco você vai ficar doente.” De forma genuína, a pessoa pode estar preocupada com você, mas as escolhas no final são suas. Se sua rotina funciona e traz o resultado que você quer sem causar efeitos colaterais como burnout, estafa e ansiedade, isso não é um problema.

O que as pessoas fazem é jogar as crenças delas para te proteger. Muitos pais protegem o filho que quer começar a empreender ou se tornar influenciador, simplesmente porque não entendem, porque não foi assim com eles durante a vida.

A atitude de proteger sem entender o que o outro quer acontece porque não é o que eles querem ou queriam, e nem o que projetam para sua vida. Mas lembre-se: quem vive sua vida é você, quem toma suas decisões e assume os riscos e responsabilidades sobre suas ações é você.

Agora, se você não quer assumir a responsabilidade sobre seus resultados, aí sim, você vai continuar ouvindo as opiniões alheias e vivendo a vida que os outros querem para você. E no final de tudo, se sentindo frustrado porque não era o que você queria. Mas pelo menos, se der errado, você tem a quem culpar, não é? Não foi uma decisão sua. Mas você realmente acha que isso vai mudar alguma coisa?

Dar Conselhos sem Experiência

Para finalizar, a terceira atitude é a mais engraçada.

Certa vez, eu estava conversando com um conhecido em um evento sobre o trabalho que venho fazendo para criar o treinamento de desenvolvimento pessoal, e conversamos sobre o podcast, sobre meus conteúdos, o que estava pensando. E no meio da conversa, ele começou a falar que o caminho que eu estava seguindo não era o certo, que eu precisava investir em outro nicho mais lucrativo, que eu devia fazer meus podcasts e vídeos de outro jeito, porque teriam mais engajamento.

Ouvi tudo que ele falou bem atento; ele realmente parecia um especialista no assunto, e confesso que muitas dicas que ele deu, no futuro, até se provaram interessantes.

Mas quando ele terminou, agradeci e perguntei: “Há quanto tempo você faz isso?” E, para minha surpresa, ele respondeu:

“Não, não faço não. Na verdade, eu sou funcionário público em Brasília. Sempre tive vontade de empreender, mas sempre tive medo. Já comecei um podcast, mas parei. Não tive paciência para ficar criando conteúdo.”

Portanto, a terceira atitude que as pessoas têm é dar conselhos, mesmo não tendo experiência no tema, não estando buscando o que você busca e nem tendo alcançado o que você quer alcançar. Imagina ouvir conselhos sobre “Como ser um milionário” de um cara que mora num quarto e sala com a mãe. Faz sentido para você?

Conclusão

Aqui vão três conselhos meus, que você só deve seguir se realmente quiser ser mais disciplinado, mudar seus hábitos e alcançar seus objetivos até 2024 sem se deixar influenciar pelas pessoas:

1. Blinde-se em relação a conselhos e opiniões de pessoas que não buscam o que você busca e não estão dispostas a fazer o que você faz.
2. Procure acompanhar pessoas que estão no lugar onde você quer chegar, e não pessoas que têm fórmulas mágicas e rápidas para resolver seus problemas, porque isso não existe.
3. Assuma a responsabilidade sobre suas decisões e resultados, seja dentro do que você esperava ou diferente. Aprenda com eles e evolua.

 

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