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Aprender e adaptar são precisos

Somos incentivados desde cedo a memorizar muita coisa, mas não somos desenvolvidos na prática de aprender, compreender e pesquisar. Aposto que você deve ter sido como eu. Estudava apenas lendo, escrevendo e repetindo. Não tinha a prática de estudar e sim a necessidade, porque se não estudasse iria repetir de ano, perder as férias e ficar de castigo. Por isso estudava, mas nem sempre aprendia.

Toda minha vida escolar, mesmo na faculdade, foi assim. Eu sentia que o estudo era apenas uma ponte para concluir algo. Se quero ganhar dinheiro, preciso trabalhar e para trabalhar preciso me formar e para me formar preciso ter um CR acima de 7 e para isso terei que estudar. O ciclo sempre se repetia.

Apenas quando entrei no mestrado que percebi que aprender é diferente de estudar. Estudar era como uma corrida de 100 metros, eu corria, chegava na linha de chegada e acabava. O mestrado me ensinou muitas coisas e o principal deles era que eu não sabia como estudar da forma correta para aprender.

Mas o que isso significa?

Durante o mestrado, eu não tinha uma receita de bolo pronta que bastava seguir e que era certeza de sucesso. A principal diferença era que no mestrado eu decidi o que fazer, EU decidi a linha de estudo e EU escolhi as disciplinas. Tive que redescobrir minha forma de estudar.

Entender que minha maneira de estudar era muito mais por interação com pessoas, discussões que me faziam pensar, pesquisas que me faziam juntar as peças de um quebra-cabeça e às vezes até criar um quebra-cabeça novo. E o mais importante, apresentar e ensinar sobre o que eu aprendi.

Isso é um grande divisor de águas para quem quer aprender. Pode escolher estudar aquilo que faz sentido para você, não apenas para ter um certificado, estude porque é algo que você gosta, que vai te fazer feliz e que você dedicará seu tempo sem se sentir mal por isso.

Desde então, venho aprendendo cada vez mais, aplicando e ensinando tudo que, de certa forma, faz sentido na minha vida e me faz sentir mais pleno.

Vou lhes contar uma pequena história que ilustra bem este cenário.

O conto das duas moscas!

“Certa vez, duas moscas caíram em um copo de leite.

A primeira era forte e valente. Assim que caiu, nadou até a borda do copo. Mas como a superfície era muito lisa e suas asas estavam molhadas, não conseguiu sair. Acreditando que não havia saída, a mosca desanimou, parou de nadar e afundou.

A segunda, apesar de não ser tão forte, era teimosa. Ela continuou a se debater e lentamente, o leite ao seu redor foi se transformou em um pequeno nódulo de manteiga, onde a mosca conseguiu com muito esforço subir e alçar voar para um lugar seguro.”

A primeira parte da história parece muito com o tema de superação e persistência que apresentei na história do aviador, não é? E faz todo sentido, mas a segunda parte é o que quero que vocês prestem bastante atenção.

“Algum tempo depois, a mosca sobrevivente, acabou caindo novamente em um copo. Como já havia aprendido em sua experiência anterior, ela começou a se debater, na esperança de que, no devido tempo, se salvaria.

Outra mosca, passando por ali e vendo a aflição da companheira de espécie, pousou na beira do copo e gritou: “Tem um canudo ali, nade até lá e suba por ele”.

A mosca não lhe deu ouvidos, baseando-se na sua experiência anterior de sucesso e, continuou a se debater até que, exausta, afundou no copo cheio de água.”

https://open.spotify.com/episode/0GnjxqFaVTJiMT4aIEyml6?si=27202705638a4336

O que isso nos traz de reflexão?

Essa segunda parte chama nossa atenção para uma série de coisas. A primeira é que às vezes não percebemos as mudanças que ocorrem ao nosso redor e em nosso ambiente. Essas mudanças, na maioria das vezes, nos obrigam a nos adaptar. 

Quando não percebemos isso, não nos adaptamos e arriscamos, metaforicamente falando, de afundar no nosso próprio copo d’água.

O segundo ponto é que, muitas vezes, nos apegamos ao nosso aprendizado anterior e deixamos de ouvir o que os outros têm a dizer, acreditando que as nossas crenças e experiências anteriores são suficientes em qualquer situação que aparentemente conhecemos.

No caso da mosca, se ela tivesse escutado e seguido pelo canudo, provavelmente estaria viva. Mas naquele momento, ela se concentrou no problema, em suas crenças e experiências passadas. Às vezes ficamos tão presos, que deixamos de enxergar as soluções que surgem à nossa frente.

E por fim, aquela célebre frase que corrobora com tudo que disse até agora: “O que te trouxe até aqui não é o que vai te levar adiante”.

Aprender é importante e lhe dará muitas oportunidades, mas às vezes pausamos o nosso aprendizado. 

Não é só o aprendizado formal que nos faz crescer. Aprendizado é tudo aquilo que gostamos de aprender, seja marketing, programação, inteligência emocional, liderança, ou qualquer outro tema que seja relevante para o seu crescimento pessoal e profissional.

Não precisamos de faculdade para isso, nem precisamos que alguém nos diga o que estudar ou limite o nosso escopo de estudo.

O que você gostaria de aprender? Se você não sabe, dedique um tempo para pensar sobre isso, porque a única pessoa que pode fazer isso por você é VOCÊ.

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