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Você já foi influenciado pela Conformidade Social

Você já foi influenciado pela Conformidade Social

Neste artigo, vamos falar sobre a Conformidade Social. Se você não sabe o que é, não se preocupe, você entenderá. A maioria das pessoas acredita que toma decisões com base em suas próprias vontades, afinal, todos temos livre arbítrio e capacidade de escolher, certo?

Porém, existem momentos em que, mesmo contra nossos desejos, acabamos nos conformando com o grupo para não sermos diferentes dos outros. Na psicologia, conformidade refere-se à tendência individual de seguir regras ou comportamentos do grupo social ao qual pertencemos.

Experimento de Conformidade  de Solomon Asch

Diversas pesquisas falam sobre isso, mas Solomon Asch, um psicólogo e pesquisador polonês, pioneiro na psicologia social, conduziu um experimento em particular que ilustra o conceito. Ele queria mostrar como uma pessoa se submete ao poder do grupo, mesmo que não concorde com o que está sendo dito.

Nos anos 50, Asch realizou uma série de experimentos em que um grupo de nove estudantes participou. Oito deles eram cúmplices do experimento e sabiam o que fazer e falar, enquanto um era a cobaia. O objetivo era determinar se a cobaia mudaria de opinião sob pressão social.

Asch mostrou quatro linhas, numeradas de 1 a 3, e pediu que cada participante dissesse qual linha tinha o mesmo tamanho que a primeira apresentada. Nas primeiras rodadas, os cúmplices deram as respostas corretas, criando um vínculo de congruência social entre eles e ganhando a confiança da cobaia. Depois, eles começaram a responder com a mesma resposta incorreta.

A cobaia, inicialmente, deu uma resposta diferente, mas depois seguiu o grupo, mesmo sabendo que a resposta não era a correta. Para avaliar se as pessoas mudariam de opinião por conta própria, Asch repetiu o experimento, mas deu a opção de responder no privado. Na maioria das vezes, a cobaia respondeu corretamente, mas em particular.

Outras variações do experimento mostraram que quando outras pessoas escolhiam valores diferentes, as pessoas se sentiam mais confiantes em dar suas próprias respostas. Isso mostrou que romper a tendência diminui o efeito da conformidade social.

No final, a maioria dos participantes cobaias admitiu ter dado respostas erradas porque tinha medo de ser ridicularizada pelos demais. 25% dos alunos afirmaram que realmente passaram a acreditar no que a grande maioria do grupo escolhia.

Fatores que influenciam a conformidade social

Alguns fatores podem influenciar o grau de conformidade:

  • A presença de mais pessoas tende a aumentar a conformidade. No entanto, uma vez que o tamanho do grupo ultrapassa quatro ou cinco pessoas, não faz tanta diferença se forem 5 ou 1000 pessoas. 
  • A conformidade também aumenta quando a tarefa se torna mais difícil. Se diante de uma tarefa complexa e incerta, as pessoas procuram outras para obter informações sobre como responder, é provável que sigam a maioria se as outras pessoas escolherem diferente de você. 
  • A conformidade aumenta quando outros membros do grupo possuem um status social superior. Quando as pessoas veem outros no grupo como mais poderosos, influentes ou bem informados do que elas, é mais provável que concordem com o grupo. 
  • A conformidade tende a diminuir quando as pessoas podem responder em particular. A pesquisa também demonstrou que a conformidade diminui se eles tiverem o apoio de pelo menos um outro indivíduo em um grupo.

Mas como tudo isso se relaciona conosco?

Relação da conformidade social com a vida cotidiana

Tudo se relaciona, pois somos seres sociais. Desde frequentar a academia, praticar crossfit, participar de um clube de esgrima, jogos, natação ou até mesmo grupos de trabalho, pertencer a um grupo nos faz sentir mais seguros, mesmo que nem sempre concordemos com tudo que o grupo faz.

Porém, ceder às opiniões e ações do grupo para evitar conflitos e manter a conformidade pode ir contra nossos valores e gerar ansiedade, angústia e depressão.

Por exemplo, se saímos para almoçar com os amigos e todos decidem ir a uma pizzaria, mas estamos de dieta, teremos que decidir se vamos ou não, e como nos sentiremos depois.

E se todos quiserem assistir a um filme diferente do que gostamos, o que faremos?

Um exemplo recente é o de um coach que levou as pessoas para “superar seus limites” em uma escalada de mais de 2 km, com chuva e ventos acima de 100 km/h. Será que todos realmente queriam subir ou estavam seguindo a maioria?

Até mesmo quando se trata de vacinação, pertencer a um grupo pode nos influenciar a tomar uma decisão, independentemente de sermos a favor ou contra. O grupo pode ter uma grande influência em nossa decisão.

 

Conclusão

No entanto, quando o pertencimento ao grupo se torna mais importante do que respeitar nossa individualidade, valores e crenças, pode ser hora de reconsiderar nossa participação.

Ter opiniões e valores diferentes é normal, mas não respeitar os valores e opiniões dos outros é um problema.

Estamos vivendo em um mundo complexo, onde muitas vezes não temos uma visão clara do todo e somos bombardeados por informações nas redes sociais que podem ser manipuladas.

Um exemplo disso é o investimento em criptomoedas. Todos querem pertencer ao grupo de pessoas que enriquecem do dia para a noite, mas muitos estão se aproveitando disso e criando esquemas fraudulentos que prejudicam muitas pessoas. 

É importante ter consciência e clareza em nossas decisões e ações para não sermos influenciados e manipulados.

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