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Além do Orgulho: Desvendando os Impactos de Não Pedir Ajuda

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Além DO orgulho Desvendando os impactos de não pedir ajuda.

Em muitos momentos da vida, passamos por situações desafiadoras que nos tiram da zona de conforto, nos levando a desenvolver novas habilidades, lidar com novas pessoas e criar novos hábitos.

Isso ocorre nos relacionamentos, no trabalho, nas metas e até mesmo durante viagens de férias; seja pela dificuldade com línguas estrangeiras ou por não saber como chegar a um lugar.

Sempre gostei de ser desafiado e de ter objetivos que me fizessem crescer. Isso me ajudou muito na vida, permitindo-me crescer na carreira e como pessoa de forma rápida e consistente. No entanto, nem tudo é tão bonito quanto parece.

Cada vez que saímos da zona de conforto, sentimos incômodo, desenvolvemos sentimentos de insegurança e, muitas vezes, medo. Em muitos casos, a pessoa pode até desenvolver a síndrome do impostor, sentindo-se incapaz do que está fazendo.

E é aí que caímos em uma armadilha. Geralmente, tentamos resolver tudo sozinhos, seja aprendendo, desenvolvendo ou perseguindo nossos objetivos. Por acaso, você já começou um dia na academia querendo fazer uma série nova, mudar a atual ou mesmo saber se está fazendo corretamente, mas preferiu não perguntar porque ficou com vergonha ou simplesmente confiou que estava fazendo certo?

Esse tipo de comportamento, de tentar resolver tudo sozinho, é causado por muitos fatores.

Orgulho e independência excessiva

O sentimento de querer provar a si mesmo e aos outros que é capaz de atingir seus objetivos. Apesar de ser bom sentir orgulho, às vezes o excesso pode impedir que alcancemos nossos objetivos de forma mais rápida e eficaz. Isso não significa que você se tornará dependente dos outros.

No trabalho, é comum as pessoas aceitarem novos desafios e, por não conhecerem a nova jornada, tentarem aprender e resolver todos os problemas sozinhas, para não parecerem despreparadas. Mas isso só as sobrecarrega e, muitas vezes, gera uma visão negativa sobre seu trabalho.

Crença na autossuficiência

A crença na autossuficiência muitas vezes é desenvolvida desde a infância, muitas vezes reforçada pelos pais quando dizem “você consegue fazer isso sozinho, filho”, principalmente quando a criança pede ajuda. Parece inofensivo naquele momento, e de certa forma, a autossuficiência controlada é fundamental para nossa vida, para que possamos evoluir sem estar sempre dependentes de alguém.

No entanto, o excesso dessa crença faz com que você realmente acredite que não precisa de ninguém, independentemente do que aconteça, que conseguirá lidar sozinho com o problema ou desafio. E isso, junto com outros fatores, pode começar a gerar ansiedade, pressão e irritabilidade, porque você se sente sozinho e responsável por resolver o problema.

Ao mesmo tempo que você fica irritado com a situação, acredita que conseguirá resolvê-la sozinho, o que quase o coloca em uma prisão sem grades, você escolhe ficar preso lá dentro.

Medo do julgamento

Outro fator comum é o medo do julgamento, do que os outros vão pensar. Esse é o que mais impede as pessoas de pedirem ajuda. O pensamento geralmente é: se eu pedir ajuda, serei visto como incapaz ou incompetente.

Você vai perceber que cada fator complementa ou contribui para o outro, e que, no final, isso reforça o comportamento de não pedir ajuda.

Insegurança e autoestima:

Este fator está muito relacionado ao medo do julgamento, à insegurança e à baixa autoestima. A pessoa tem medo de revelar suas dúvidas ou fraquezas e de que sua imagem seja prejudicada.

Nos relacionamentos, isso acontece muito, principalmente com homens, que precisam parecer sempre seguros e bem, senão imaginam que as mulheres os verão como fracos.

É importante destacar que mostrar vulnerabilidade em algum momento do relacionamento é saudável, gera empatia, mas se colocar como vítima, buscando atenção, não. Isso só vai causar afastamento porque ninguém, independente do tipo de relacionamento, gosta de uma pessoa que só se comporta como vítima e tenta ser o centro das atenções o tempo todo.

Falta de consciência da importância da colaboração

Este fator está relacionado à falta de importância dada à troca de experiências e ajuda. Algumas pessoas não percebem que o aprendizado e o crescimento muitas vezes ocorrem de maneira mais eficaz quando se compartilha conhecimento e experiência com outros e vice-versa.

Experiências anteriores negativas

As experiências negativas que a pessoa teve com pedidos de ajuda também podem limitar. Eu mesmo já passei por situações assim na academia, quando pedia apoio para montar uma série e no final acabava tendo que fazê-la sozinho porque os objetivos não cruzavam com os meus.

Até mesmo em viagens, tive experiências de pedir ajuda e sentir que a pessoa estava querendo algo em troca e tentando me enrolar. Na Itália, teve uma situação em que estava tentando usar a máquina para comprar bilhete de trem e uma pessoa veio ajudar, e no final, ela acabou pegando meu troco.

Isso me travou, mas não podemos generalizar comportamentos, muitas pessoas genuinamente podem nos ajudar sem querer tirar proveito.

Eu não quero incomodar

E, para finalizar, este é um dos que mais ouço e que mais me deixa revoltado. Eu não pedi ajuda porque não queria incomodar. Gente, quantas vezes já ouvi isso, até da minha mãe eu ouço isso.

Quem decide se será um incômodo ou não é a pessoa que está ajudando, e se ela sentir que não pode ajudar, é só falar.

Ah Bruno, mas muitas vezes a pessoa vai ter vergonha de negar a ajuda. É verdade, existe realmente essa situação, mas isso é uma dificuldade da pessoa em saber dizer não, que também é um problema.

Então, nesse caso, vamos partir do princípio de que, se a pessoa disse que pode ajudar, é porque realmente quer ajudar, e isso é muito importante. Quando você associa ajuda a algo negativo para o outro, é fato que evitará ao máximo pedir ajuda, e muitas vezes, quando não tiver mais saída e tiver que pedir ajuda, o cenário será muito pior do que era no início.

Quer dois exemplos: Meu filho tem provas trimestrais e sempre digo a ele que, se não souber alguma coisa, pode falar comigo que eu explico para ele, mas geralmente, o que acontece? Na véspera da prova, quando está revisando, ele chega para mim e diz: “Não entendi uma parte aqui.”

Quando olho a matéria, também não lembro, e aí começa o ciclo de correria para eu aprender, tentar ensinar a ele, o que o deixa nervoso, e eu fico irritado. Veja como um simples pedido de ajuda antecipado resolveria esse problema.

No trabalho, isso também acontece da mesma forma. As pessoas seguram até o último momento para pedir ajuda, ou o que é tão prejudicial quanto, nem pensam em resolver e já pedem ajuda.

Isso também é um problema, pois demonstra falta de comprometimento com o aprendizado e dependência de outras pessoas.

Conclusão

Falei alguns exemplos de como isso pode te impactar no trabalho, nos relacionamentos pessoais, sejam familiares, sejam de namoro, mas há outro ponto em que isso pode te impactar bastante.

Este ano tenho falado muito sobre resultados reais na sua vida, alcançar seus objetivos, ter disciplina, foco, consistência e clareza.

Tudo isso pode ser potencializado se você aceitar ajuda. Se acha que estou sozinho em minhas metas, já adianto que não estou, tenho pessoas me apoiando, desde conversas até mesmo trabalhando nelas junto comigo.

Pessoas que estão ali por mim, assim como estou por elas, com quem posso contar para me puxar a orelha se for necessário e me empurrar para frente quando precisar.

Se realmente quer ter mais comprometimento e resultados este ano, considere pedir ajuda, compartilhar seus objetivos, ter com quem se comprometer além de você. Tudo isso fará com que continue na direção certa e este ano seja um ano realmente de realizações importantes em sua vida.

Mas não se preocupe, sem isso, quando chegar no final do ano e não tiver avançado, ninguém vai saber que não alcançou seus objetivos, só você. Se isso te conforta, e você vai saber exatamente o que deveria ter feito e não fez.

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