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Uma história sobre metas, motivação e propósito

metas, motivação e propósito

O tema de hoje é propósito e para ilustrar vou contar uma história que tem uma metáfora muito interessante sobre objetivos, motivação e propósito. A história do aviador Guilherme.

O acidente

Há muitos anos, em uma época que não havia telefones por satélite e voar era um verdadeiro desafio, Guilherme, que era piloto comercial estava sobrevoando a cordilheira dos Andes quando seu avião, que era um modelo monomotor, começou a apresentar uma pane no motor.

Imediatamente, Guilherme pensou em um pouso de emergência e com grande esforço conseguiu descer, caindo na montanha em uma parte totalmente coberta de neve.

Embora não estivesse gravemente ferido, tinha feridas profundas em ambas as pernas, o que tornava muito difícil para ele andar. Com grande esforço, ele saiu da cabine e do avião acidentado e tentou entrar em contato pelo rádio, mas não funcionou.

Ao olhar para suas pernas ele tinha certeza de que não poderia sair dali sozinho. Olhou para o horizonte e em todas as direções e viu apenas neve.

Mesmo conhecendo aquela região, Guilherme analisou a situação e sabia que não sobreviveria até chegar ao povoado mais próximo. Naquele instante, ele sentiu raiva, pânico, dor e indignação por saber que estava chegando ao fim de sua vida.

Pensou em seus amigos, em tantas coisas que ainda não fez, em sua família e na impotência de não conseguir fazer nada, de não conseguir pedir socorro.

Após alguns minutos, mais calmo, pensou no que poderia fazer nas horas que lhe restavam. Ele percebeu que não havia nada que pudesse fazer para permanecer vivo e que a coisa mais sábia a fazer seria deitar-se na neve e esperar que o frio tomasse conta de seu corpo. Anestesiando sua dor e permitindo que ele descansasse pelos últimos momentos.

O conforto

Deitou-se então, olhando para o céu azul. Mesmo naquela situação ainda foi possível admirar a beleza do lugar. Ele afastou os pensamentos da dor que estava sentindo e começou a lembrar as crianças que não veria crescer e sua esposa, a quem tanto amava. Era difícil aceitar essa situação, mas era impossível sair dela.

Seu conforto era lembrar que eles não ficariam desamparados, pois, devido à sua profissão de risco, possuía um bom seguro de vida com coberturas suficientes para garantir uma vida estável para sua família por muito tempo. Ele sabia que assim que sua certidão de óbito fosse publicada, a seguradora entregaria o dinheiro.

Foi nesse momento que o coração de Guilherme voltou a bater. Sua apólice dizia que o seguro seria pago somente com a apresentação da certidão de óbito e naquele lugar inacessível, sem que ninguém soubesse onde ele estava, seu corpo nunca seria encontrado. Ele teria sido dado como desaparecido e, não teria uma certidão de óbito. Passar-se-iam anos antes que ele fosse oficialmente considerado morto

“Preciso ir a um lugar onde meu corpo possa ser encontrado”, pensou então. Mas como? A dor era demais, mas sua determinação e seus pensamentos sobre sua família eram ainda maiores.

Ele conhecia aquela região e sabia que ao pé da montanha havia uma aldeia que os habitantes subiam até certo ponto da montanha para caçar e assim poderiam encontrar o seu corpo.

A distância era longa, mas ele precisava chegar o mais perto possível para ter alguma chance do seu corpo ser encontrado. Então ele reuniu todas as suas forças restantes e se levantou, gritou de dor e quase desmaiou, mas não caiu.

A jornada

Começou a sua jornada sabendo que não podia ir muito longe, a dor era grande e a distância também. Ele caminhou por cerca de duas horas até que não conseguia mais andar. Ele estava exausto e com muita dor. Suas pernas estavam rígidas. Ele não conseguia mais andar

Parou de pensar sobre isso e definiu para si mesmo, “Eu vou só mais um passo, essa é minha meta”.

Com muita dificuldade deu mais um passo e foi uma vitória. Parecia mais importante do que o que ele tinha feito até agora, então ele pensou novamente: “Só mais um passo”.

Concentrou todo seu esforço para dar aquele passo e conseguiu. E assim, estabelecendo um condicionamento positivo e o olhar para um passo, sem pensar onde estava e sem pensar quando ainda faltava, Guilherme seguiu seu caminho, o dia todo.

Foi então ao fim da tarde, com a visão turva, que vislumbrou ao longe movimentos que imaginava serem pessoas. Ele respirou fundo e seus pensamentos voltaram para sua família e sussurrou para si mesmo “agora eu posso morrer”. Ele deixou cair seu corpo indefeso e a escuridão o levou.

Dias depois, ele abriu os olhos e viu a esposa ao seu lado, imaginou que ele estava no céu, mas percebeu que havia sido levado para o hospital. Alguns dedos foram amputados de sua perna, que estava congelada pela neve, mas ele ainda estava vivo e com sua família.

E essa meus amigos foi a história do Guilherme, que também nos ajuda a refletir sobre a nossa vida.

Esqueça o impossível, foque no possível

Em várias ocasiões, nos encontramos em situações das quais não sabemos como sair ou pensamos que não temos saída. O que procuramos é distante, quase imaterial. A ideia que quase sempre se repete é não haver solução. O problema é maior que a solução

Às vezes não temos certeza porque queremos mudar. Porque queremos resolver este problema ou, porque queremos alcançar o que procuramos. À medida que alcançamos essa visão, uma nova energia e motivação surge.

No caso de Guilherme, embora o objetivo fosse sobreviver, ele tinha plena convicção, pelos ferimentos e pela distância a que se encontrava, de que isso seria impossível. Mas quando ele mudou seu pensamento e propósito para algo que era mais importante para ele do que sua própria vida, sua família, ele conseguiu reunir energia e andar. Esquecendo do que era impossível e pensando no que era possível.

Olha como o propósito e motivação mudados foram suficientes para fazer uma mudança do pensamento e do comportamento dele. Não era sobre ele, era sobre a sua família.

E depois, mesmo com sua motivação e força, sentiu que não conseguiria mais. Isso é muito comum, às vezes a gente tem uma energia muito boa para começar, mas gradualmente essa energia vai baixando, os problemas vão voltando a tomar conta, a distância porque estamos buscando volta a ser percebida e com isso os pensamentos de desistir voltam.

Foi nesse momento que ele traçou uma meta, pequena e curta, em que só tinha que se preocupar em dar mais um passo. Só deu um passo para comemorar, porque um passo aumentou as chances de ser encontrado

Por isso que, celebrando cada passo, ele conseguiu andar por quilômetros. Se seu pensamento fosse, “preciso andar só mais 2 quilômetros”, ele teria desistido.

Conclusão

Na nossa vida, isso acontece também. Às vezes é uma dívida, uma viagem, uma doença, um relacionamento, uma carreira, um bem que queremos comprar e só conseguimos ver o final que está muito distante e durante toda a jornada a sombra da desistência está ali, te questionando, colocando dúvidas sobre a sua capacidade de conseguir.

Simplesmente porque você não vê sua jornada no horizonte. Dividir em objetivos cada vez mais curtos e celebrar suas conquistas lhe dará ainda mais motivação para continuar a jornada em direção a um propósito maior.

Agora pare e pense: há algo que você tentou fazer, fez ou se tornou algo que não fez porque pensa que a distância é muito grande?

Se tem, faça como o Guilherme. Revise seu propósito e sua motivação, para ser algo inabalável e para você saber onde quer chegar e o porquê. Divida em metas, metas para você poder comemorar cada etapa de sua jornada.

E esse foi o tema de hoje, espero que vocês tenham gostado.

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