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O tempo do sucesso: A relação entre cronotipos e produtividade

Neste artigo, abordarei os cronotipos e sua relação com a produtividade, o sono, além de desmistificar alguns conceitos que surgem e são propagados ao longo do tempo.

Desde o início da humanidade, nossos corpos têm seguido um ritmo natural, guiado pelo ciclo do sol e da lua, conhecido como Ciclo Circadiano.

Caso você não saiba exatamente o que é, há alguns artigos anteriores em que trato desse tema e dos benefícios da luz solar para o organismo. Em suma, o Ciclo Circadiano regula aspectos biológicos como pressão arterial, produção de hormônios como cortisol e melatonina, que influenciam sono e estado de alerta, temperatura corporal, entre outros.

Apesar disso, cada pessoa possui um relógio biológico interno único, determinando seu cronotipo.

O termo “cronotipo” foi popularizado pelo pesquisador alemão Jürgen Aschoff na década de 1960. Em 1980, tornou-se mais relevante com o desenvolvimento da Escala de Preferência Circadiana (CPS) por pesquisadores como Thomas A. Wehr e Frederick C. Goodwin.

Essa escala categoriza as pessoas em termos de preferências temporais, identificando aquelas naturalmente matutinas, vespertinas ou intermediárias.

Isso não é místico; é baseado em estudos científicos que identificaram características comuns em grupos de acordo com suas preferências e como seus hábitos e comportamentos se ajustam a elas.

Ao longo dos anos, diversos estudos exploraram a relação entre cronotipos e diferentes aspectos da vida, como desempenho cognitivo, produtividade e saúde mental e física, estabelecendo a ideia de que adaptar as atividades diárias aos cronotipos individuais pode beneficiar o bem-estar geral.

Como diria um coach controverso por aí: entendeu que adaptar as atividades ao seu cronotipo influencia diretamente na produtividade, procrastinação e criação de hábitos?

Conhecendo os Cronotipos

Vamos agora conhecer os três cronotipos.

Matutinos: Os Despertos com o Sol

Os matutinos, também chamados de “cotovias”, acordam com o nascer do sol, atingindo seu pico de energia pela manhã. Aproveitam as primeiras horas para tarefas importantes, como estudar, ir à academia e planejar o dia. Também têm a inclinação natural de dormir mais cedo.

Eu sou matutino, acordo por volta das cinco ou cinco e meia todos os dias, inclusive aos sábados e domingos. Às nove da noite, pareço um bêbado de sono. Conheço outras pessoas assim que organizam bem suas rotinas matinais.

Vespertinos

Diferentemente dos matutinos, os vespertinos preferem atividades à tarde e no início da noite, atingindo seu pico de energia mais tarde no dia. Embora enfrentem desafios de manhã, se sentem mais vivos à medida que a noite avança.

Geralmente acordam mais tarde, por volta das onze ou meio-dia, e têm seu pico de produtividade e criatividade ao longo da tarde.

Intermediários

Os intermediários têm uma linha divisória menos nítida entre matutinos e vespertinos, sendo o cronotipo mais comum, abrangendo cerca de 50% da população, segundo estudos da Universidade de Granada, na Espanha. Adaptam-se facilmente a diferentes horários sem sofrer significativamente.

O Mito dos Noturnos

Pessoas noturnas, na verdade, não existem. Se alguém trabalha de madrugada, é provável por necessidade, não por preferência. Nosso organismo produz hormônios do sono, como a melatonina, à medida que a luz diminui, e cortisol para manter o alerta conforme ela retorna. Trabalhar à noite exige estímulos visuais e luz para suprimir a melatonina, mas isso tem um preço: a indisposição e cansaço no dia seguinte.

Vale ressaltar que o cronotipo é moldado por fatores genéticos, idade e hábitos.

Os mistérios do relógio biológico Leia mais em: https://super.abril.com.br/saude/os-misterios-do-relogio-biologico

 

A Genética por Trás dos Cronotipos

Em 2017, cientistas ganharam o Prêmio Nobel de Medicina por desvendar a base genética dos cronotipos. Nossas preferências de horário têm uma predisposição herdada, conectando nossa biologia à percepção e vivência do tempo.

Além da genética, a idade também influencia os cronotipos. Durante a infância, somos mais matutinos, enquanto na adolescência, devido ao desenvolvimento corporal e mudanças hormonais, tornamo-nos vespertinos. Com o envelhecimento, é comum voltarmos a ser matutinos ou intermediários, dependendo dos hábitos, ambiente e estilo de vida.

Agora que você conhece os cronotipos, identifique o seu período de maior produtividade, criatividade, concentração e foco. Este é mais um passo para melhorar seu trabalho, atingir objetivos e evitar procrastinação. Se conheça o suficiente para não ter desculpas, combinado?

 

 

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