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Características Essenciais da Liderança – Inteligência Emocional

Inteligência Emocional

Continuando nossa série de 5 episódios sobre Características Essenciais de Liderança, hoje falaremos sobre um dos maiores gaps das lideranças, a inteligência emocional. Se você ainda não leu os artigos anteriores, saiba que já falamos sobre empatia, alteridade e respeito.

Se você não sabe o que é inteligência emocional, estes dois artigos “Inteligência Emocional desde criança” e “Os 4 Pilares fundamentais da Inteligência Emocional”, podem ajuda-lo a se aprofundar um pouco mais sobre o assunto.

Características Chaves

A inteligência emocional tem as seguintes características chaves:

  • Autoconhecimento emocional, para reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando eles ocorrem.
  • Controle emocional, para lidar com os próprios sentimentos e adaptá-los a cada situação
  • Automotivação, ou seja, direcionar as emoções a serviço de um objetivo próprio.
  • Reconhecimento de emoções em outras pessoas e ter empatia.
  • Habilidades sociais para interagir com outras pessoas.

O gap em cada uma dessas habilidades pode criar líderes que, sem saber lidar como essas situações, podem desfazer equipes inteiras e afetar diretamente na vida dos profissionais.

Líderes inseguros

Um líder que conhece a si mesmo, conhece as suas emoções, sentimentos e os gatilhos para as suas emoções, sabe como isso pode afetar o seu relacionamento e sabe, de forma transparente, demonstrar seus pontos fortes e pontos fracos.

Liderança humilde, não tem nada a ver com fraqueza. Muitas pessoas pensam que o líder não pode demonstrar fraqueza. A vulnerabilidade é uma característica de alta conexão.

Somos todos vulneráveis, isso faz parte do ser humano e quando alguém tenta provar que é infalível e invulnerável e que não precisa de ninguém, esse tipo de comportamento gera um afastamento.

Esses líderes costumam ser reativos a qualquer um que tente questionar suas decisões. Mas ao primeiro sinal de que suas decisões estavam erradas, são os primeiros a procurar uma desculpa, geralmente associada a tudo menos o seu trabalho. É o ambiente, a pressão, o time. É tudo, menos ele.

Ambiente Seguro

Líderes que conseguem trabalhar esse lado de autocontrole e ter mais inteligência emocional cultivam ambientes seguros, onde os colaboradores se sentem confortáveis em assumir riscos, expressar suas ideias e opiniões. Um ambiente onde o foco não é o resultado individual e sim o coletivo.

Por outro lado, líderes que não conseguem gerar essa conexão e ter uma empatia com o time, acabam criando um ambiente de dissonância em que muitas vezes a preocupação central do grupo é o ambiente e não o trabalho que deve ser realizado.

Neste cenário, as pessoas acabam tendo aversão a esse líder e muitas vezes deixam a empresa por conta de uma liderança. Algumas pessoas brincam dizendo que pediu demissão do líder, mas isso é um assunto sério. A liderança é um dos principais fatores de retenção dos profissionais.

Há um outro fator agravante, um ambiente tóxico e dissonante que muitas vezes se reflete na vida privada das pessoas que convivem nesse ambiente.

Liderança Desmotivada

Outro ponto muito sensível na liderança e totalmente relacionado a inteligência emocional é a automotivação.

Quem é da minha idade vai lembrar de um desenho que tinha uma hiena chamada Hardy, que sempre chegava falando:

“Oh céus !”

“Oh vida!”

“Oh azar!”

“Eu sei que não vai dar certo!”

Já é ruim quando temos um colega que possui essa tendência negativa e desmotivada, mas imagine como isso potencializa quando a pessoa que tem essa visão é o seu líder.

Um líder resiliente não pode se deixar afetar pelas falhas e obstáculos que vai enfrentar durante sua jornada e muito menos fazer com que isso se torne ponto comum dentro da sua equipe.

Esse tipo de liderança alinha constantemente os seus objetivos, contagia com pensamento positivo, entende que falhas são oportunidades de aprendizado e obstáculos são coisas normais, não devem ser romantizados e muito menos tratados como algo que deve tirar nosso sono.

E eu nem preciso dizer que quanto menos um líder escuta sua equipe, quanto menos empatia possui, mais essa liderança está fadada ao fracasso.

Saber comunicar e vocabulário

Quando falamos sobre habilidades sociais, as coisas ficam mais complicadas. Algumas pessoas confundem habilidades sociais com “socializar”, o que é um grande equívoco.

Socializar não é nada ruim, pelo contrário, ajuda muito a criar conexões, a conhecer as pessoas e formar times. É uma ótima estratégia, mas quando se trata de habilidades sociais, vamos muito além.

As habilidades sociais mais importantes relacionadas à inteligência emocional estão ligadas a gestão de conflitos, relacionamento interpessoal, comunicação e habilidade de se expressar.

Escuta Ativa

Tive experiências muito complicadas com lideranças que não conseguiam se comunicar e muito menos ouvir. Escuta ativa, focada no que você está falando.

Muitas vezes o líder ouve, mas a sua atenção e foco estão em outro lugar e quando a equipe percebe isso, acaba gerando um afastamento, um sentimento de indiferença.

Se você é líder e alguém vem conversar com você, dê toda a sua atenção ou peça para voltar quando você puder dar essa atenção. Isso será muito melhor do que se você começar a falar com a pessoa com a cabeça em outro lugar.

Gestão de Conflitos

Quando falamos sobre gestão de conflitos, praticamente tudo que conversamos anteriormente vem à tona. Ter empatia, saber identificar as emoções que estão sendo alimentadas, saber tomar as ações como uma pausa para água, ou uma interrupção quando sente que as coisas estão saindo do controle e saber trazer o lado consciente a toda discussão.

Um ponto importante é ter em mente que, dependendo da sua comunicação, vocabulário e atitudes, tudo isso pode ir por água abaixo. Não dar espaço para alguém falar, interromper alguém impondo o seu ponto de vista, além de uma grande falta de educação pode gerar um afastamento.

Tratar com palavras chulas ou palavrões, mesmo que não direcionados, podem gerar repulsa. Principalmente dependendo dos valores e vivências da pessoa com quem você está se comunicando.

E se você acredita que é só manter a etiqueta, vou te contar que ser pomposo demais também gera afastamento.

Quem nunca participou de uma reunião que teve bingo corporativo? Não sabe o que é? Eu explico rapidinho. No bingo corporativo, você preenche um papel com as palavras rebuscadas, em inglês ou simplesmente pomposas que você sabe que vai ouvir durante a reunião.

Já teve a época da Sinergia, Empowerment, Attrition, TurnOver, Call, Invite, Downsizing, meeting, enfim, palavras que poderiam ser simplificadas, mas que acabavam sendo usadas como uma forma de se destacar e se colocar em outro nível.

Hoje em dia muitas delas já fazem parte do nosso dia a dia, mas ainda tem muita gente que usa um vocabulário pomposo apenas para se mostrar e ninguém curte um líder pavão, não é?

Quer acertar na comunicação como líder? Simplifique. Pense assim: “Minha avó estaria entendendo?” Se a resposta for sim, pode ter certeza de que a sua comunicação vai estar ótima.

Resumindo

Conecte com seu time, entenda e se ponha no lugar deles. Escute de forma dedicada e seja humilde. Não tenha medo de assumir os erros e se mostrar vulnerável, crie um ambiente onde todos se sintam assim. Se comunique de forma clara e simples e saiba apoiar o time a todos os momentos, seja na celebração de um sucesso ou no tratamento de uma crise.

Semana que vem vamos falar sobre Liderança por exemplo.

Um abraço e até lá.

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[…] ao quinto e último ao último artigo da série sobre Liderança. Já falamos sobre Inteligência Emocional, Empatia e Alteridade, Respeito e Diversidade, Liderança pelo exemplo e iremos encerrar falando […]

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